Mariângela Hungria é premiada no CBA

Mariângela Hungria é premiada no CBA

No dia 1º de agosto, a pesquisadora Mariângela Hungria, sócia do SBCS-NEPAR, recebeu no Congresso Brasileiro do Agronegócio (CBA) o Prêmio Norman Borlaug – Sustentabilidade. O evento é organizado pela Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG). Mariângela é pesquisadora da Embrapa Soja de Londrina e realizou inúmeras pesquisas que beneficiam o agronegócio brasileiro, em especial desenvolvendo tecnologias relacionadas à fixação biológica do nitrogênio (FBN) na cultura da soja. Também coordenou pesquisas para autorização/recomendação de rizóbios para feijoeiro, Azospirillum para milho, trigo e pastagens, além de coinoculação de rizóbios e Azospirillum para culturas de soja, feijão e pastagens. Seu trabalho com FBN gerou economias na safra passada da ordem de R$ 38 bi em importações de adubos nitrogenados.

Mariângela foi a 12ª pessoa contemplada com o prêmio, tendo a companhia de outros pesquisadores ilustres do setor como o pesquisador João Kluthcouski, da Embrapa Arroz e Feijão, o atual presidente da Embrapa Celso Moretti, e o idealizador da Embrapa Eliseu Alves.

“Quando fui informada que havia sido contemplada com o prêmio, um filme passou pela minha mente e pelo meu coração e percebi que a sustentabilidade sempre esteve presente na minha vida”, afirma. Desde pequena, a pesquisadora conta que esteve envolvida com a preservação dos rios, oceanos e, principalmente, do solo. “Solo pelo qual me apaixonei e que tem sido amor fiel, aquele que é para toda vida”, afirma. “Não consegui acreditar que estivesse à altura de antigos contemplados, a começar pelo Dr. Eliseu Alves, idealizador da empresa à qual dediquei minha vida científica, a Embrapa”, diz emocionada.

Currículo

Mariângela é graduada em Eng. Agronômica pela ESALQ/USP e possui mestrado em Solos e Nutrição de Plantas pela mesma instituição. Na UFRJ realizou seu doutorado em Ciência do Solo, além de possuir pós-doutorado em três universidades internacionais: Cornell University (Ithaca, NY, EUA), University of California-Davis (Davis, CA, EUA) e pela Universidad de Sevilla. A pesquisadora é comendadora da Ordem Nacional do Mérito Científico e membro titular da Academia Brasileira de Ciências. Integra o quadro da Embrapa desde 1982 e está lotada na Embrapa Soja desde 1991. É professora e orientadora da pós-graduação em Microbiologia e Biotecnologia na Universidade Estadual de Londrina e do curso de Bioinformática na Universidade Tecnológica Federal do Paraná.
Mariangela foi representante da área ambiental e do solo da Sociedade Brasileira de Microbiologia por 20 anos, foi a primeira presidente da Sociedade Brasileira de Ciência do Solo e atuou como vice-presidente e presidente da Relare (Reunião da Rede de Laboratórios para a Recomendação, Padronização e Difusão de Tecnologia de Inoculantes Microbianos de Interesse Agrícola), que reúne representantes da pesquisa, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e do setor privado. Também faz parte do comitê coordenador do projeto N2Africa, financiado pela Fundação Bill & Melinda Gates para projetos de fixação biológica do nitrogênio na África, além de projetos com praticamente todos os países da América do Sul e Caribe, além de países da Europa, Austrália, EUA e Canadá.

Reconhecimento

O estudo “Updated science-wide author databases of standardized citation indicators” da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, realizado em 2020, colocou Mariângela entre os 100 mil cientistas mais influentes do mundo a partir da análise de um banco de dados com sete milhões de cientistas.

Já neste ano de 2022, ficou em primeiro lugar entre brasileiros no ranking dos 100 principais cientistas em Fitotecnia e Agronomia do portal Research.com.

A pesquisadora também recebeu o Prêmio FPA, outorgado pelo Instituto Pensar Agro e pela Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), durante a cerimônia de comemoração pelos dez anos do Código Florestal. Além disso, o Prêmio Fundação Bunge anunciou os contemplados para sua 66ª edição, em 2022. Mariangela Hungria será homenageada na categoria “Vida e Obra”, em Crédito de carbono e agricultura regenerativa. A cerimônia de entrega dos prêmios será realizada em 10 de novembro, em São Paulo (SP).

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