Rede Paranaense de Agropesquisa completa primeiro ano de atividades

Rede Paranaense de Agropesquisa completa primeiro ano de atividades

Pesquisadores, técnicos, consultores e responsáveis pela gestão do projeto se reuniram para avaliar os resultados atingidos e principais desafios das próximas etapas

Em setembro deste ano a Rede Paranaense de Apoio à Agropesquisa e Formação Aplicada completou seu primeiro ano de atividade. E para avaliar os resultados alcançados neste período e traçar as metas e objetivos para as próximas etapas, realizou-se, nos dia 30 e 31 de outubro, o 3º Seminário da Rede Paranaense de Agropesquisa. A reunião aconteceu na Universidade Estadual de Ponta Grossa. e contou com a participação de 36 pesquisadores, técnicos, consultores e responsáveis pela gestão do projeto.

O grupo visitou a área experimental da UEPG, onde será instalado o experimento em uma área de lavoura e em um rio de primeira ordem dentro da mesma microbacia hidrográfica. Há previsão de que o experimento seja instalado até o mês de maio de 2019, quando serão iniciadas as coletas de dados.

Entenda a Rede

rede sala

A Rede Paranaense de Apoio à Agropesquisa e Formação Aplicada é a maior iniciativa de pesquisa na área agrícola do País, envolvendo 19 instituições de pesquisa, cinco universidades estaduais, quatro federais e três particulares, duas fundações privadas de pesquisa, dois institutos de pesquisa, 147 pesquisadores e 55 bolsas de pesquisa. Seu principal objetivo é gerar informações para o Programa Integrado de Conservação de Solo e Água do Paraná (Prosolo), desenvolvido pelo governo do estado, por meio da Secretaria da Agricultura e Abastecimento, e parceiros da iniciativa privada.

A iniciativa é uma parceria entre o governo do estado e a iniciativa privada, com um aporte de verba na ordem dos 12 milhões de Reais, destinados à para pesquisas com manejo e conservação de solos e liberados através da CP 01/2017, uma parceria da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (R$ 4 milhões); Fundação Araucária (R$ 2 milhões) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), que participou com R$ 6 milhões.

“A Rede Paranaense de Agropesquisa e Formação Aplicada nasceu a partir de uma reivindicação da FAEP, que considerando a importância em se compartilhar os ativos das Universidades e Institutos de Pesquisa no estado, colocou ao Governo Estadual a necessidade da maior interação entre o setor produtivo e as entidades de pesquisa e inovação. Com isso, pretende-se utilizar melhor esse ativo intelectual do Paraná que detém o maior número de Universidades Estaduais, que formam anualmente uma grande quantidade de profissionais de nível superior com um custo considerável aos contribuintes paranaenses”, relata Werner Hermann Meyer Junior, Engenheiro agrônomo da FAEP e secretário executivo do Prosolo.

Celeridade x Burocracia

rede riacho

A complexidade do projeto e sua multidisciplinariedade trouxe maior dificuldade para a compreensão e alinhamento de todos os pesquisadores envolvidos. “Este último ano foi importante para iniciarmos as compras, selecionar as áreas, adequar as metodologias, capacitar professores, técnicos e estudantes à executar os projetos. Além disto, foi importante para conhecer as diferentes bacias hidrográficas e as megaparcelas que serão monitoradas”, explica o coordenador estadual da Rede de Agropesquisa, André Pellegrini.

Até o momento, das seis bacias hidrográficas a serem estudadas, somente duas já tem seus equipamentos instalados. A meta é que no próximo ano todas as bacias estejam coletando os dados necessários. Para isso, um dos maiores desafios enfrentados pelas instituições e pesquisadores é vencer a burocracia. “Diante da burocracia que nos é imposta para aquisição de equipamentos, materiais e serviços, os projetos estão andando de forma consistente, mas em velocidades diferentes”, relata.

Para Osmar Muzilli, consultor da Fundação Araucária para o projeto, ter um Programa de pesquisas integrado por diferentes parceiros vinculados aos setores público e privado também traz desafios, mas também tem benefícios. “As principais vantagens residem na oportunidade de maior intercâmbio de conhecimentos e troca de informações, não apenas do ponto de vista técnico-científico, mas também com relação aos aspectos administrativos envolvidos num processo de gestão operacional compartilhada por diferentes atores. Quanto maior for o grau de integração e intercâmbio, mais fácil será prevenir, entender e superar as dificuldades burocrático- administrativa”.

Resultado para o produtor rural

rede foto 360

O programa de pesquisa foi definido com base nas demandas apresentadas diretamente pelos produtores rurais com o objetivo de que os resultados sejam mais facilmente aplicáveis ao dia a dia do agricultor.

“Todas as regionais desenvolvem atividades de extensão, que estimulam os técnicos, pesquisadores e produtores rurais a conhecer o programa em desenvolvimento através a organização de visitas técnicas às áreas experimentais, realização de dias de campo, seminários e workshops. Isso, para que possamos absorver a experiência do produtor nas atividades de pesquisa e também permitir que os produtores tenham contato com os métodos acadêmicos e efetivamente aproximar a comunidade científica dos produtores rurais.”, ressalta Cleverson Andreoli, consultor do SENAR.

O setor produtivo é, sem dúvida, o principal beneficiário de um sistema eficiente de manejo e conservação de solo e água que permite aumentar a rentabilidade da produção agropecuária, com a diminuição das perdas de solo e nutrientes, “garantindo a manutenção do potencial produtivo indefinidamente e reduzindo os impactos ambientais causados pela erosão, principalmente o assoreamento e poluição de corpos hídricos, melhorando a qualidade ambiental do Estado. Na medida em que o programa defina os critérios seguros para dimensionamento dos sistemas de conservação de solos para cada mesoregião específica do nosso estado, os produtores serão beneficiados pela adequação dos sistemas de manejo, específicos para o seu tipo de clima e solo, aumentando a eficiência e reduzindo os custos dos métodos de controle de erosão”, conclui Andreoli.

Share this post


Ação bloqueada