Agricultura Conservacionista em debate na COP 23

Agricultura Conservacionista em debate na COP 23

Sócia do NEPAR-SBCS representou o Brasil no evento da ONU sobre clima

A 23ª Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (COP) foi realizada em Bonn, na Alemanha entre os dias 6 e 18 de novembro deste ano e contou com a presença de 200 países. Participam desse evento praticamente todos os países do mundo que devem chegar a um acordo para reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa, que resulta no aquecimento global. O objetivo do encontro é ratificar um protocolo referente às reduções dos gases do efeito estufa, entre as ações mitigadoras está a adoção global da Agricultura Conservacionista, alinhados com o projeto de desenvolvimento sustentável proposto pela Organização das Nações Unidas (ONU). Marie Bartz que é sócia do NEPAR-SBCS, representou a Federação Brasileira de Plantio Direto e Irrigação, que é membro do GCAN (Global Conservation Agriculture Network).

Bartz é pesquisadora e professora no Programa de Pós-Graduação em Gestão Ambiental na Universidade Positivo em Curitiba e herdou do pai, o agricultor Herbert Bartz, a paixão pelos estudos referente ao solo, ressaltando a relevância da fauna que os habitam. Ela fala da importância de sua conservação no combate ao aquecimento global. “Os solos possuem papel importante quando se fala nesse assunto, portanto, os incentivos ao uso de práticas conservacionistas, traduzidas em boas práticas agrícolas, como o Sistema Plantio Direto e os Sistemas de Integração, são essenciais no processo de mitigação dos gases do efeito estufa e no processo de mudanças climáticas”, explicou.

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Marie Bartz é professora do Programa de Pós-Graduação em Gestão Ambiental da Universidade Positivo, pesquisadora e sócia do NEPAR-SBCS.

Destaque na COP 23, o Brasil é referência neste assunto, visto que, é uma potência agroambiental. Neste contexto, a pesquisadora destaca a imagem positiva que o país tem para o resto do mundo em relação a sua Agricultura Conservacionista. “Nosso país tem todos os requisitos para ser reconhecido pela capacidade de conciliar a produção agropecuária com a preservação do meio ambiente, respondendo à necessidade de intensificar-se a produção agropecuária e conservar os recursos naturais. Este potencial está diretamente relacionado com a capacidade de expansão de uma agropecuária intensiva, sem invadir as áreas de vegetação nativa. A agropecuária brasileira deve atender ao Cadastro Ambiental Rural e ao Código Florestal, que limitam a expansão de nossa fronteira agrícola”, destacou.

Com a boa imagem do Brasil em relação ao mundo, Bartz discursou enfatizando a referência do país no assunto, buscando influenciar os demais países que participaram da Conferência. “O foco de minha palestra abordou justamente sobre o potencial que possuímos, não apenas como Brasil, mas como América Latina em colaborar na mitigação dos gases do efeito estufa através de boas práticas agrícolas, especialmente as ligadas ao Sistema Plantio Direto e aos sistemas de interação (Lavoura-Pecuária e Lavoura-Pecuária-Floresta). Incluindo também o enorme potencial de recuperação da grande massa de área que possuímos em pastagens degradadas, o que permite produzir mais preservando as áreas de vegetação nativa”, completou.

A pesquisadora afirma ainda que o encontro teve como objetivo dar visibilidade e fortalecer o GCAN: “Esse grupo de entidades e associações de Agricultura Conservacionista apresenta uma oportunidade enorme para expansão dos conceitos e da área efetivamente sob Sistema Plantio Direto em nível global. O foco principal é ampliar a visão de formadores de opinião e tomadores de decisões, que ainda possuem ideias superadas sobre a agricultura e não sabem dos benefícios que a Agricultura Conservacionista traz para a sociedade e para o ambiente”, finalizou.

Segundo a professora, os relatórios finais da Conferência finalmente incluem questões sobre como avaliar adaptação e co-benefícios, como a mitigação, que busca melhorar a qualidade e o estoque de carbono no solo e a dinâmica de água, facilitando os sistemas de produção.

A 24ª Conferência do Clima da ONU (COP) será realizada em 2018 entre os dias 3 e 14 de dezembro, em Katawice, na Polônia. O evento marcará a apresentação final do “Livro de Regras”, documento que deverá ser seguido por todos os países que participam do evento.

Junior Azevedo
Estagiário de Jornalismo

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