Chuvas não teriam causados tantos estragos na agricultura no início do ano se o solo estivesse em boas condições
Nosso solo está mal cuidado, não dá para culpar só a chuva. Temos que entender que o solo está em piores condições hoje do que estava no passado. O alerta é do coordenador do Programa de Gestão de Solos e Água em Microbacias do Emater, Oromar Bertol, um dos organizadores do Seminário Estadual de Manejo e Conservação do Solo e da Água, que terminou na última sexta-feira no Instituto Agronômico do Paraná (Iapar).
Segundo Oromar, a chuva evidenciou que o solo parananense está degradado. Porém, em outras condições de solo a chuva não teria causado tantos estragos como causou no início deste ano na agricultura. “A preservação do solo não é somente uma prática conservacionista, mas um conjunto de práticas que não estão sendo adotadas. Algumas, inclusive, estão sendo abandonadas, não por todos, mas por um contingente grande de produtores”, informou.
Dentre as práticas abandonadas, ele cita o Plantio Direto com qualidade, o controle de escoamento superficial, via terraceamento e a integração de lavoura com florestas. Por outro lado, ele observa que Cafeara, Tomazina e municípios da região de Francisco Beltrão têm casos bem sucedidos de manejo e conservação do solo e água.
O seminário procurou buscar soluções para o manejo e conservação do solo e da água, além de estabelecer estratégias de trabalho para que possam atuar neste segmento, dentro de um conceito de sustentabilidade. O coordenador informou que já foram repassados, pelo Governo do Estado, R$17,25 milhões em recursos aos agricultores para a implantação de práticas de conservação do solo e da água.
Houve também durante o seminário, demonstrações práticas de controle do escoamento superficial da água das chuvas na lavoura, com ênfase no dimensionamento dos terraços.