Uso e manejo do solo

Comissão 3.1 – Fertilidade do Solo e Nutrição de Plantas

A agricultura brasileira saiu de níveis muito baixos de produtividade nas décadas de 60 e 70, para valores, em muitos casos, próximos a de países desenvolvidos. No aumento da produtividade, foi decisiva a popularização do uso de corretivos da acidez e fertilizantes, ou seja, a melhoria da fertilidade do solo visando adequar a nutrição das plantas.

Apesar do amplo uso, a fertilização é ainda incipiente em culturas importantes, como a pastagem cultivada de forma extensiva, por exemplo. Fato que certamente contribui para as baixas produtividades e qualidade nutricional das pastagens, levando aos reduzidos índices de produtividade observados no desempenho dos animais. Ainda, o aumento das pastagens degradadas tem como principal fator responsável a falta de aplicação de corretivos e fertilizantes. Outras culturas também importantes do ponto de vista econômico e social, como erva-mate e pinus, não utilizam ou aplicam fertilizantes em quantidades insignificantes, o que tem levado a decréscimos do potencial produtivo e esgotamento do solo. São estas culturas em que se têm as expectativas de aumento no consumo de fertilizantes. Cabe ao Núcleo Estadual Paranaense – Nepar e seus associados, uma ampla campanha para que pesquisas sejam realizadas e difundidas para alavancar e garantir a sustentabilidade destas culturas.  

Contrapondo ao baixo consumo de fertilizantes, em algumas culturas, como por exemplo, a batata e as hortaliças, vem sendo cada vez mais comum à constatação de valores 10 ou 20 vezes superiores ao limite considerado alto de nutrientes como P, Cu e Zn na análise química do solo. Isto indica que vem sendo aplicadas doses de nutrientes acima da recomendada, de modo sistemático em algumas culturas, sem o monitoramento via análise química do solo. Muitos desses casos acontecem em sistemas de “agricultura orgânica”. Tal fato vem de um pressuposto equivocado de que os adubos orgânicos são inofensivos ao ambiente e, por isso, podem ser aplicados sem restrição de quantidade. Nesses casos, também cabe ao Nepar e aos seus associados, uma campanha para que seja evitado o uso excessivo de qualquer tipo de fertilizante ou corretivo, e que ferramenta notória, como a análise química de solo, seja utilizada de modo adequado, evitando, assim, exageros e futuros problemas ambientais com água e alimentos.

Da fome à obesidade, mais e mais vem sendo questionado sobre a função dos fertilizantes como fornecedor de elementos vitais ao crescimento dos animais, mesmo daqueles que não são reconhecidos como essenciais às plantas como selênio, iodo e cromo. A biofortificação, neste sentido, contribui para ampliar a visão restrita da nutrição de planta em si, para uma visão mais de nutrição de planta considerando a inclusão dos animais. Temos que adubar para ter boa produtividade e manter níveis adequados às plantas ou temos que adubar para ter boa produtividade e manter níveis adequados às plantas e aos animais?  

O grupo de Fertilidade do Solo e Nutrição de Plantas (Nepar) pensa que, além dessas questões postuladas acima, tem, para o futuro não distante, diversos desafios e lacunas, e que é preciso pensar sobre fertilidade do solo e nutrição de plantas. Para as próximas décadas, temos que pesquisar, entender e difundir:

  1. Como adubar sistemas complexos como lavoura-pecuária, lavoura-pecuária-floresta, e agroflorestas?
  2. O que pode mudar na adubação em sistemas de elevada produtividade e ciclo cada vez mais curto, como as culturas de grãos?
  3. Qual o papel dos novos fertilizantes, no futuro da nutrição de plantas?
  4. Como fica a adubação da segunda safra?
  5. Qual é a relação entre fertilização, consumo e eficiência no uso da água pela planta?
  6. O que muda com a adubação de plantas para produção de biomassa? A Cana-de-açúcar é cultivada para produção de açúcar ou biomassa?
  7. Como adubar (recomendar adubação) para plantas medicinais e aromáticas, visando os seus princípios ativos?
  8. Como adubar área de ambientes protegidos “estufas” sem que tenhamos os problemas com salinização recorrente?
  9. Qual a influência da manipulação genética, como os transgênicos, na nutrição das plantas?
  10. Qual será o futuro dos novos equipamentos de campo utilizados na diagnose da fertilidade e da nutrição de plantas?
  11. Qual o papel da agricultura de precisão na melhoria e no controle do uso de fertilizantes?
  12. Como compatibilizar a geração de resíduos da produção animal (nutrientes) e a necessidade das culturas, visando o balanço de nutrientes na propriedade ou na microbacia?
  13. Qual o potencial da fixação biológica de N em não gramíneas (Poacea)?
  14. Qual o real efeito do aumento da concentração de CO2 na atmosfera, no crescimento e na nutrição das plantas?
  15. Qual será a relação futura entre custo x consumo x uso de reservas brasileiras minerais para o uso de fertilizantes?    
  16. Qual a real relação entre o uso de fertilizantes x a nutrição das plantas x o ataque de pragas e doenças?
  17. Qual o papel da agricultura urbana na ciclagem de nutrientes?
  18. Qual o potencial e risco do uso de resíduos urbanos na agricultura: lodo de esgoto, água residuária, lodo de água, compostagem de poda e lixo doméstico.  
  19. Como criar canais de comunicação para explicar a importância ambiental dos fertilizantes e corretivos, para uma sociedade cada vez mais urbana e distante da realidade do campo?
  20. Como motivar o corpo técnico envolvido na fertilização e nutrição de plantas a pensar em sistemas de adubação, contrapondo pacotes técnicos fechados das diferentes culturas? Ou seja, pensar em solo como ser vivo e não como um substrato.

Membros da Comissão
Coordenação: Prof. Dr. Marcelo Marques Muller – Unicentro Guarapuava

Lattes

Prof. Dr. Antonio Saraiva Muniz – UEM – Maringá

Lattes

MSc. Luciano Grillo Gil – IAPAR – Londrina

Lattes

Prof. Dr. Luis César Cassol – UTFPR – Pato Branco

Lattes

Profa. Dr. Maria do Carmo Lana – UNIOESTE – Marechal Candido Rondon

Lattes

Eng. Agrônomo Nelson Harger – EMATER – Curitiba

Prof. Dr. Volnei Pauletti – UFPR – Curitiba

Lattes

Comissão 3.2 – Corretivos e Fertilizantes

A Comissão de Corretivos e Fertilizantes tem o grande papel de enfrentar os desafios impostos pelas limitações químicas, físicas e biológicas do solo ao seu uso para fins produtivos ou ambientais, através da correção dessas limitações por meio de produtos variados, orgânicos ou minerais, de origem natural ou sintética, que melhorem o potencial do solo em exercer suas funções.

Mambros da Comissão
Coordenação: Prof. Dr. Marcelo Augusto Batista- UEM – Maringá

Lattes

Prof. Dr. Antonio Carlos Saraiva Muniz – UEM – Maringá

Lattes

Prof. Dr. Marcelo Marques Lopes Muller – UNICENTRO – Guarapuava

Lattes

Prof. Dr. Volnei Pauletti – UFPR – Curitiba

Lattes

Comissão 3.3 – Manejo e Conservação do Solo e da Água

Membros da Comissão
Coordenação: Profa. Dra. Maria de Fátima Guimarães  UEL – Londrina

Lattes

Prof. Dr. Cristiano Andre Pott – UNICENTRO – Guarapuava

Lattes

Dra. Josiane Brurkner dos Santos – IAPAR – Ponta Grossa

Lattes

Prof. Dr. Leandro Rampim – UNICENTRO – Guarapuava

Lattes

Dra. Lutecia Beatriz dos Santos Canali – IAPAR – Ponta Grossa

Lattes

Dr. Rafael Fuentes Llanillo – IAPAR – Londrina

Lattes

Thadeu Rodrigues de Melo – UEL – Londrina

Lattes

Dr. Wesley Machado – UNOPAR – Londrina

Lattes

Comissão 3.4 – Planejamento do Uso da Terra

Mambros da Comissão
Coordenação: Profa. Dra. Nerilde Favaretto – UFPR – Curitiba

Lattes

Antonio Ricardo Lorenzon – EMATER – Curitiba

Prof. Dr. Jairo Calderari de Oliveira Junior – UFPR – Curitiba

Lattes

Comissão 3.5 – Poluição, Remediação do Solo e Recuperação de Áreas Degradadas

Membros da Comissão
Coordenação: Profa. Dra. Monica Costa- UNIOESTE – Cascavel

Lattes

 

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