No dia 15 do mês de abril é comemorado o Dia Nacional da Conservação do Solo, essa data foi escolhida em homenagem a Hugh Hammond Bennett, o pai da conservação do solo nos Estados Unidos. O dia propõe uma reflexão sobre a conservação dos solos e a necessidade da utilização adequada desse recurso natural. E para realizar esta reflexão neste ano, preparamos uma entrevista com o Arnaldo Colozzi Filho, membro do NEPAR, a respeito da conservação do solo no Paraná.
Falar sobre a importância da conservação do solo é extremamente importante, Colozzi comenta que: “o Paraná vive uma realidade em que é tecnificado na agricultura, logo, conservar e preservar o solo é fundamental para a manutenção dessa atividade, ter um dia para falar com isso com toda a sociedade, além dos agricultores, é uma necessidade para que hajam ações políticas que também unam o interesse de todos para o bem do solo.”
Tradicionalmente, o estado do Paraná possui uma preocupação ainda recente com o solo, visto que historicamente já passamos por várias fases críticas no solo da região, e que antes da implantação e difusão do plantio direto (início dos anos 70), por exemplo, havia um expressivo número de erosões e perdas de água e solo, devido a vários problemas que vão desde cultivos inadequados até esgotamento devido à colonização passada e desmatamento da mata atlântica original. De acordo com Arnaldo, o desenvolvimento da agricultura foi intenso, e buscou desde muito cedo maneiras de se adaptar e manter a sustentabilidade na conservação do solo da região.
Tendo isso em mente, é importante reforçar que tanto antigamente quanto hoje em dia, é vital o aprimoramento e desenvolvimento de tecnologias próprias voltadas para a região em questão, a especificidade do Paraná exige um estudo e uma aplicabilidade também própria do Paraná, por isso que a divulgação e o trabalho de diversas pesquisas em contato com a sociedade é tão importante. E esse é um ponto positivo aqui do estado ao ver de Arnaldo, pois a interação entre agricultores, iniciativas privadas, pesquisa e educação, junto aos programas do governo, já ajudam há algum tempo enfrentar esses processos de degradação acentuados que estávamos enfrentando.
No Paraná, há uma lei de proteção do solo que dispõe especificamente sobre a preservação do solo agrícola e outras previdências (Lei nº 8014, 14 de dezembro de 1984), e embora isso pareça pouco, essa lei serviu e ainda serve de inspiração para outros estados brasileiros criarem suas próprias leis de proteção, fator esse que é muito importante para que haja uma conscientização em nível nacional muito maior. De acordo com Colozzi, a própria busca por modernizações e novas implementações de leis é um passo importante para toda a sociedade garantir mais preservação e que merece mais atenção, principalmente nos dias de hoje.
Neste mês de conservação do solo, que tal buscarmos aumentar a repercussão e a discussão sobre a conservação do nosso solo? Envolvendo não somente pesquisadores e agricultores, mas também trazendo esses debates para outras esferas da população, e sempre cobrando ações e atitudes por parte de nossos governantes e poder público.