Biografia recém-publicada de Herbert Bartz conta a trajetória do agricultor paranaense
Uma vida inteira voltada para a agricultura e conservação do solo, isso resume a história de Herbert Bartz, pioneiro do Plantio Direto (PD) no Brasil. Tudo começou na década de 70, buscando melhorar a produção de alimentos prejudicados pela erosão, o agricultor viajou para os Estados Unidos com o objetivo de encontrar um mecanismo para solucionar o problema. Após retornar ao Brasil, Bartz implantou o PD nas suas lavouras em Rolândia-PR. Essa prática contou com o auxílio de maquinário americano, que consiste em plantar sem arar a terra, protegendo o solo do processo erosivo.
Após aprimorar o uso do PD, deu início à divulgação do sistema pelo país. Bartz tornou-se, então, uma influência do assunto no Brasil, mostrando a tecnologia de proteção do solo aos agricultores. Analisando os dados da Federação Brasileira de Plantio Direto e Irrigação, podemos notar que o PD é utilizado aproximadamente em 90% das áreas de lavouras do país, o que evidencia a importância desta prática para o Brasil.
Toda a sua trajetória e legado estão no livro “O Brasil possível: a biografia de Herbert Bartz”, obra escrita pelo jornalista Willian Santin e recém-publicada no dia 10 de Abril durante a Exposição Agropecuária de Londrina. O livro contou com o patrocínio da Fundação Agrisus, Itaipu Binacional, Dow AgroSciences, Microgeo, Jacto e Marchesan e o evento de lançamento da biografia contou com o apoio do IAPAR (Instituto Agronômico do Paraná), da Federação Brasileira de Plantio Direto, da Sociedade Rural do Paraná, da Cooperativa Integrada e Agrícola Cortez. O livro é um marco para a agricultura nacional, podendo servir de base entre agricultores e profissionais de hoje e futuras gerações no debate sobre conservação do solo.
Questionado sobre a preocupação com o solo no futuro, Bartz é otimista, ele destaca o atual cenário da agricultura brasileira para manter o pioneirismo do país no assunto. “Os agricultores de hoje possuem mais ferramentas nas mãos para fazer o melhor para a conservação do solo perto do que eu tive”, ressalta. Ao mesmo tempo, pondera que a ação do homem pode anular este processo, uma vez que, o descuido pode causar a erosão, prejudicando um dos objetivos do solo que é absorver a água para proporcionar uma plantação de qualidade. “A conservação do solo e da água devem ser preocupações conjuntas, pois são os recursos mais importantes da humanidade” completou.
O mês de abril é marcado por datas comemorativas em relação aos cuidados com o solo. No dia 15 é celebrado o Dia Nacional de Conservação do Solo e no dia 22 é a vez de comemorar o Dia Internacional da Mãe Terra. Essas datas que foram instituídas através do Ministério da Agricultura na década de 80, não vem recebendo a mesma importância por parte do governo atualmente, preocupando os agricultores e pesquisadores que defendem esse tema no dia a dia.
Neste contexto, Bartz reitera que para manter o Sistema Plantio Direto e buscar novas tecnologias o país carece de apoio do governo federal, o que não vem acontecendo efetivamente ultimamente. “Para manter o sistema os agricultores necessitam de recursos, mas esses só são vistos para a plantação de grãos visando à produção comercial de alimentos”, destaca. A parte que atinge a conservação do solo como culturas de coberturas e adubação verde, com sistema radicular que penetram no solo, não apresentam recursos disponíveis para financiamento. “Os agricultores necessitam desse apoio, por que se produzirem visando apenas ao comércio a qualidade do solo vai diminuir, nós enfrentamos a tempo uma falta de política agrícola” alertou.
Durante toda a sua trajetória, Herbert Bartz recebeu diversas premiações, devido ao grande trabalho ficou conhecido como “o pai do Plantio Direto”. Dentre esses, o prêmio mais marcante foi o destaque em Tecnologia ”Norman Borlaug”, nome referência ao primeiro Nobel da Paz concedido para um trabalho na área da agricultura. Com todo esse reconhecimento, só restava a Bartz uma obra contando todo o seu legado. A biografia publicada no último dia 10 de Abril, contou com a iniciativa dos seus filhos Johann e Marie Bartz, que idealizaram todo o projeto com o jornalista Willian Santin.
Perguntado sobre o que mais o orgulha na sua trajetória, o maior nome da agricultura brasileira relata que não esperava que o Brasil fosse aderir ao Sistema Plantio Direto tão rápido como foi na década de 70. “Eu me orgulho de ter tido essa chance e aprovação tanto no Brasil quanto na América Latina da minha habilidade ter sido tão bem sucedida. Nessa altura, o agricultor brasileiro pode ser considerado um herói, e sempre quando deparamos com a erosão de solo, sabemos que a nossa luta é permanente”, finalizou.
Atualmente, aos 81 anos, Herbert Bartz continua vivendo de perto a vida no campo em Rolândia-PR, sempre se preocupando com a conversação do solo. A biografia do agricultor pode ser adquirida na Livraria da Silvia em Londrina, no endereço Rua Goiás, 1774 ou por e-mail: silvia@livrariadasilvia.com.br ou What’s App: 43 99915-9339 ou telefone fixo 43 3028-2888 ou ainda em Rolândia (compra direta sem envio pelo correio) no Oma’s Kaffee Haus, no endereço Avenida Salgado Filho, 107.
Junior Azevedo
Estagiário de Jornalismo