PR concentra metade das melhores universidades do Brasil em agronomia

Das 14 Instituições de Ensino Superior de Agronomia mais bem conceituadas do país, segundo o ENADE 2016, sete estão localizadas em território paranaense

O estado do Paraná se consagra como pólo agrícola em mais uma vertente. De acordo com o resultado do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes – ENADE 2016, divulgado em setembro deste ano, das 14 Instituições de Ensino Superior de Agronomia mais bem conceituadas do país, sete estão localizadas em território paranaense. Ao todo, foram avaliados 11.180 estudantes de 253 cursos de Agronomia em todo o Brasil. Minas Gerais foi o estado com mais instituições participantes, somando 39; seguido por São Paulo, com 33 e Paraná, com 27 cursos de agronomia avaliados.

As melhores colocadas do Paraná foram: o Centro Universitário Filadélfia (UNIFIL), Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e Universidade Tecnológica Federal do Paraná- Campus Dois Vizinhos (UTFPR). Incluindo a Universidade Estadual do Centro Oeste (UNICENTRO) o Paraná aponta como o estado melhor pontuado detendo as quatro primeiras posições nacionais.

Para o Prof. Dr. Fábio Suano de Souza, Coordenação do Curso de Agronomia da UNIFIL, para justificar o sucesso do Paraná, como principal centro acadêmico no setor de agronomia é preciso considerar o fato de sermos um polo empresarial e técnico do setor, além da concentração de estudantes interessados em estudar ou se aprimorar no ramo agropecuário e a presença de Instituições de ensino dispostas a investir e formar profissionais de sucesso.

“Temos empresas privadas nacionais e multinacionais atuando no Paraná, Além das mais importantes Empresas de Pesquisas governamentais públicas, como EMBRAPA e IAPAR, que atraem investimentos internacionais e geram bilhões de reais em circulação no estado. Sem mencionar as cooperativas, vitrine do sucesso do setor agrícola brasileiro e a agricultura familiar que é detentora de grande importância econômica no estado. Todos esses fatores fazem do Paraná um estado que pode não ser o maior produtor agrícola, mas sim, um grande administrador do agronegócio nacional”, explica.

ENADE AGRONOMIA 2016

Certamente, o resultado desta formação de qualidade já começa a ser sentido no campo e na pesquisa. Lucas da Silva Domingues, Prof. Dr. Coordenador do Curso de Agronomia da UTFPR-DV, chama atenção para uma maior capacidade de avaliação por parte de profissionais bem preparados. “Acredito que a formação diferenciada vai refletir no senso crítico profissional dos nossos agrônomos, tanto no que tange a pesquisa quanto a atuação profissional”. 

O que, segundo ele, é a principal demanda do mercado de trabalho e desafio para os educadores da área. “Penso que temos conseguido trabalhar bem a formação técnica dos alunos, mas a formação na parte das relações interpessoais tem sido sempre um gargalo. Muitas vezes esa será a principal área de atuação dos profissionais, seja gerindo pessoas, liderando ou trabalhando em equipes, ou nas demais esferas da relação humana”, conclui.

Para o Prof. Dr. José Raulindo Gardingo, Coordenador Curso de Agronomia da UEPG, é preciso estar atento à necessidade de atualização do corpo docente, para manter a alta qualidade de ensino, e à formação de profissionais voltados às carências do mercado de trabalho são os maiores desafios. “Os maiores desafios estão na reposição de professores com experiência e no aprimoramento dos professores com metodologias de ensino mais dinâmica. As maiores carências estão no preparo de profissionais para atuar no campo e com conhecimento na área de agricultura de precisão, agricultura orgânica, conservação do solo e da água”.

Com crescente demanda por alimentos e sem a possibilidade de expandir o território plantado, o Coordenação do Curso de Agronomia da UNIFIL chama atenção para outro ponto relevante: Deve-se produzir muito, e a tecnologia nos tem proporcionado isso. Mas deve-se produzir muito na mesma área. “O que somente a agricultura conservacionista proporciona”, explica. A população aumenta mais que a produção de alimentos. “Sendo assim, há necessidade de se melhorar a produção agrícola sem maiores danos ao ambiente. Isso não era preconizado na agricultura antiga. Como consequência deste método conservacionista de produção agrícola, tem-se aumento de produtividade na mesma área, com menores danos ao ambiente, menor contaminação do ambiente seus recursos, como água por exemplo”.

Fontes:

http://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/documentos/2017/apresentacao_resultados_enade2016.pdf
http://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/relatorio_sintese/2016/agronomia.pdf

 

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