Ferramenta possibilita o levantamento de informações a respeito dos solos de maneira rápida e eficiente
O sensoriamento remoto e o geoprocessamento aplicados ao monitoramento ambiental em microbacias ajudam a detectar, avaliar e monitorar erosões no solo. A partir daí pesquisadores têm um diagnóstico real da região e podem começar a trabalhar na implementação e no desenvolvimento de projetos que permitam acompanhar inúmeros problemas.
Este foi o principal foco da palestra do professor doutor José Alexandre Melo Demattê, da Esalq/USP, na 20ª. Reunião Brasileira de Manejo e Conservação do Solo e da Água. O evento promovido pela Sociedade Brasileira de Ciência do Solo (SBCS) e NEPAR (Núcleo Paranaense da Ciência do Solo) ocorreu em novembro do ano passado em Foz do Iguaçu, reunindo pesquisadores, professores, estudantes entre outros profissionais que atuam na área de manejo e conservação do solo e água.
Segundo Demattê, com essas ferramentas também é possível fazer uma análise multi-temporal utilizando fotos antigas para projetar o que pode acontecer futuramente em uma determinada região. “Verificando a evolução desta área é possível saber qual o risco este solo tem de erodir”, afirma.
Os sensores remotos obtêm informações, através da radiação eletromagnética refletida pelo objeto. Após a captura da imagem, estas serão analisadas, transformadas em mapas ou constituirão um banco de dados (geoprocessamento). “Interpretamos esta informação e, a partir daí, sabemos dizer se o solo tem mais areia, mais silte, argila, mineralogia, matéria orgânica e, consequentemente, onde está mais degradado”, explica o pesquisador, acrescentando que o sensor pode ser usado no avião, drone, laboratório, campo e no satélite.
Para Demattê, o sensoriamento remoto vem sendo considerado uma importante ferramenta no monitoramento e avaliação dos recursos naturais, e em especial dos solos. “Ele possibilita o levantamento de informações a respeito dos solos de maneira rápida e eficiente, quando comparada as técnicas convencionais de laboratório e campo. O objetivo da palestra foi mostrar à comunidade de conservação do solo onde e como essas ferramentas podem ser utilizadas”, concluiu.