Presidente da 20ª. RBMCSA faz balanço positivo de evento em Foz
Próxima edição da Reunião Brasileira de Manejo e Conservação do Solo e Água será em Uberlândia em 2020
O presidente do Núcleo Paraná da Sociedade Brasileira de Ciência do Solo (Nepar-SBCS), pesquisador Arnaldo Colozzi, que presidiu a organização da 20ª. Reunião Brasileira de Manejo e Conservação de Solo e Água, encerrada hoje (24) em Foz do Iguaçu, faz um balanço positivo do evento e anuncia que a próxima edição será em Uberlândia (MG), em 2020.
“Saio muito satisfeito desde evento. Nesses quatro dias estiveram aqui 800 pessoas entre pesquisadores, professores, técnicos, representantes de instituições públicas e privadas. Foram 36 palestras e várias reuniões de grupos paralelas ao evento, minicursos e visitas técnicas. Também tivemos a exposição com as empresas, entidades públicas e os apoiadores, proporcionando uma interação bastante grande e ainda a premiação dos cinco melhores trabalhos científicos”.
Dos cerca de 800 participantes no evento, pelo menos metade era de nível superior e a outra metade estudantes. Desses 400 estudantes, 30% eram de pós-graduação. “Tivemos um grupo bastante qualificado, atento às novas experiências apresentadas durante as sessões e interessadíssimos nas questões das novas ações e legislações que promovam a preservação do solo e da água”, disse. É preciso, segundo ele, fazer cada vez mais uma agricultura competitiva, mas jamais descuidar de perpetuar a melhor capacidade de produção com as boas práticas sempre para a conservação do solo e da água.
Entre as diferentes sessões técnicas e debates foram discutidos os biomas do cerrado, da caatinga, as florestas amazônica e do sul do país. “Não discutimos o manejo e conservação do solo apenas para o Paraná, mas para o Brasil. Há diferenças locais de climas, solos, bacias e culturas e por isso é importante discutir os biomas de forma regionalizada. Por conta da biodiversidade, o manejo inadequado de uma região tem influência nas outras”, afirma Colozzi, lembrando que o evento conseguiu debater as conexões necessárias para o efetivo manejo e conservação do solo e água, tema proposto inicialmente.
Por isso, um dos desafios foi levar para as discussões o poder publico, por meio de representante de órgãos públicos de fiscalização, do Ministério Público, das Secretarias de Agricultura e Ministério da Agricultura. “O consenso é geral, nós precisamos sentar e discutir de forma conjunta, com todos os atores a questão do manejo e conservação de solo e água/ Estamos achando que o problema é muito mais de uma governança do que científico ou técnico”, afirmou Colozzi. “A pesquisa brasileira avançou muito nos últimos 40 anos, mas nós precisamos que a sociedade, não só o agricultor, mas o cidadão urbano , os políticos, legisladores, educadores entendam que o solo é frágil e precisa ser bem manejado”, complementou.
Para o presidente do Nepar, o tema manejo e conservação do solo e água deve começar na educação básica, assim como é necessário buscar políticas legais que promovam a preservação dos recursos. “Precisamos ensinar a criança de que solo não é pra jogar o lixo. O solo é uma camada que faz a ligação de componentes como a água e o ar. Então essa governança em conjunto com todos os atores, entendendo que isso é fundamental, vai trabalhar efetivamente para uma melhor conservação do solo.
Na pauta das conferências, a erosão ocupou um espaço importante nas discussões. Segundo Colozzi, a erosão sempre foi e continua sendo um problema. “O que a gente percebeu aqui é que existe uma preocupação renovada com a questão da erosão por conta das mudanças climáticas, distribuição e solo paranaense. O Paraná já foi referencia na questão de manejo do solo e volta a se preocupar com a conservação. E essa preocupação deve existir mesmo, pois estamos avançando no sentido de recuperar essa ação pró-ativa de não permitir que a erosão retome”.
Na avaliação do Secretário Geral da Sociedade Brasileira da Ciência do Solo (SBCS), Reinaldo Cantarutti, o evento foi impecável desde a concepção e a temática muito bem definida. Destacou que a participação dos palestrantes foi ajustada à temática, isso significa que o evento conseguiu atingir os objetivos que se propunha.
“Foi um marco e com certeza um dos grandes eventos da SBCS que conseguiu trazer para o debate a questão do projeto de lei nacional de conservação do solo, que está sendo elaborado pelo Ministério da Agricultura (Mapa). “Esta é uma proposta de governo, mas foi aberta a possibilidade de nós participamos desta discussão”.